Se tem uma coisa que Donald Trump soube fazer bem foi transformar a política econômica em um reality show de quinta categoria. A guerra comercial que ele iniciou contra a China não foi apenas um embate entre gigantes, mas sim uma pancadaria generalizada que respingou em países como o Brasil, que, como sempre, estava lá, de boca aberta, esperando sobrar algum trocado.
O roteiro foi simples: Trump decidiu que a China estava “roubando” os Estados Unidos e meteu tarifa em tudo que via pela frente. O dragão chinês, obviamente, não ficou quieto e revidou com a mesma brutalidade. O resultado? Um efeito dominó que afetou cadeias produtivas, elevou custos e sacudiu mercados globais.
E o Brasil? Bom, o Brasil, sempre na posição de coadjuvante, se viu diante de uma faca de dois gumes. De um lado, a briga entre os titãs abria oportunidades – como o aumento das exportações de soja para a China, já que Pequim queria evitar os produtos norte-americanos. De outro, os insumos industriais ficaram mais caros, a instabilidade cambial disparou e a economia tupiniquim sentiu o baque da falta de previsibilidade no comércio internacional.
Mas o grande problema foi o efeito Trump na política externa brasileira. O governo da época, sempre muito empolgado em puxar saco de Washington, acabou por se afastar da China, nosso maior parceiro comercial. O resultado foi um Brasil perdido, tentando agradar um bilionário que só pensava em “America First” enquanto a China ria e fechava acordos mais vantajosos com outros mercados.
No fim das contas, a guerra comercial não foi sobre “justiça” ou “segurança econômica”, mas sim sobre poder e influência. Trump jogou xadrez enquanto o Brasil, como de costume, mal conseguia entender as regras do jogo. Quando a poeira baixou, os EUA seguiram com sua economia ainda dominante, a China consolidou sua posição como potência, e o Brasil… bem, o Brasil continuou onde sempre esteve: esperando alguém decidir seu destino.
Moral da história? Quando gigantes brigam, os pequenos precisam saber jogar. Mas, como sempre, parece que por aqui a gente prefere torcer de camarote e fingir que faz parte do show.
Sem comentários